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A Síndrome de Dunning-Kruger

A Síndrome de Dunning-Kruger
Vilmar Duarte
Jun. 2 - 3 min read
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Conhecer suas habilidades, suas capacidades e seus limites é o mínimo de consciência que devemos ter em uma área que dominamos. Contudo, quando nos enveredamos por um caminho desconhecido, todos os sentidos devem estar aguçados, dando um passo de cada vez, testando-os, planejando o próximo e seguindo em frente.
Apesar disto parecer o óbvio enquanto lê, exponho duas experiências, dentre tantas que tive ao longo de minha carreira profissional e bastante comuns, que verifico que as pessoas que não conseguem perceber portadoras da síndrome Dunning-Kruger:

  1. Em uma multinacional onde trabalhava, fui convocado pelo meu superior hierárquico para discutirmos meu desempenho. Eu sabia que ele não tinha qualquer métrica ou fatos para tratar deste ponto. Tudo que ele tinha era fofoca. Quando ele percebeu isto, ficou de me avaliar melhor ao longo de um ano e me preparar para um cargo mais alto. Como ele também não sabia como fazer isto, não conseguiu cumprir com nenhum dos pontos, mas ao longo deste tempo eu me preparei e acabei assumindo a posição que eu pretendia, e logo depois a empresa colocou seu cargo à disposição;
  2. Em outra empresa, um colaborador me tinha como concorrente, apesar de sua falta evidente de humildade e de histórico de sucesso profissional. Sua ânsia pelo poder trazia argumentos falaciosos de processos de execução de projetos, fazendo-o não perceber o óbvio diante de seus olhos. Não precisou de muito tempo para que sua
    incompetência viesse à tona. Seus projetos eram recheados de "refação" (termo muito utilizado em agência de publicidade, e que em tecnologia é utilizado como retrabalho), além de muitas implementações eram praticamente impossíveis de serem criadas no tempo e com os recursos que ele imaginava.

Nestes exemplos reais, a plena convicção de saberem muito em conjunto com a incompetência toma tal vulto que, além de gerar erros catastróficos, também inibe a habilidade de reconhecer seus erros.

Ambos os casos mostram imaturidade, amadorismo, improviso e falta de conhecimento; sobretudo, além da falta de integridade, transparência e honestidade intrínsecos, valores que deveriam ser inegociáveis. Estas pessoas também não escutam qualquer outro ponto de vista e isto só faz com que suas carreiras não decolem, e parece que suas vidas profissionais estão em um redemoinho constante.

Em sua empresa, reconhece personagens que possuem esta síndrome?

Não importa se estão hierarquicamente acima ou abaixo, estas pessoas alteram totalmente o clima organizacional, desestabilizam a estrutura hierárquica (por mais horizontal que seja uma empresa), mascaram os números abalando a credibilidade de seus superiores e inibem as reais lideranças que não confrontam com estas aberrações de forma direta.

Esta falta de profissionalismo e competência não é rara; mas com o surgimento de empresas ágeis e sustentáveis, esta espécime dotada desta síndrome está com seus dias contados: ou realmente aprendem o que possuem de discursos vazios e recheados de proselitismo, ou entrarão em extinção, pois realmente não agregam valor em nada nas empresas por onde passam.


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